Meu nome é Ana Claudino, tenho 29 anos, sou uma mulher lésbica, negra e geminiana. Tive meus primeiros relacionamentos afetivos no mundo virtual e algumas pessoas levo até hoje na minha vida com muito carinho. As minhas primeiras paixões online foram fundamentais no meu processo de descoberta da minha identidade e autoestima sendo quem eu sou. Vivi primeiro no mundo virtual para depois conseguir viver no mundo offline. Por isso, irei conversar com vocês sobre autoestima LGBTQIA+ e relacionamentos virtuais.
Com o início do distanciamento social, para além de tudo que estava acontecendo no mundo, comecei a refletir sobre minha autoestima. Percebi que muito dela foi construída através de experiências coletivas, e muitas delas passaram a ser de formas virtuais. E, veja bem, o espaço virtual, hoje, não é um lugar estranho para mim. Mas já foi o desconhecido, e a experiência de desbravá-lo ajudou na construção da minha autoestima, e é sobre isso que falaremos hoje.
Como alguns de vocês, nasci em 1991, fui uma criança anos 90 e uma adolescente do início dos anos 2000. O acesso a internet ainda estava se popularizando no Brasil, tínhamos bem menos telas e qualquer impulso de internet tinha que ser bem aproveitado. A conexão tinha certas restrições, apenas aos finais de semana e dias de semana após a meia noite (quem nasceu depois de 2001 provavelmente nem faz ideia do que estou falando).
Apesar dessas limitações, era muito comum criarmos perfis alternativos em sites de relacionamento, principalmente para poder viver experiências de afeto sendo LGBTQIA+. Existia pouca representatividade no cinema e na televisão, então de certa forma, tínhamos que ser mais criativos na forma como nos apresentamos e flertamos.
A nossa sociedade avançou um pouco e muitas pessoas estão conseguindo sair do armário, vivendo seus afetos além do virtual, sendo reconhecidas como LGBTQIA+ em diversos âmbitos da vida. E, agora que esses tempos estão no passado, o que aprendemos com tudo isso?
1) Não tem nada de errado com os nossos corpos
O primeiro passo é entender que o problema não é nosso, não tem nada de errado com nossos corpos. O problema é como a sociedade cheia de opressões estruturais ensina a olhar para nós mesmos. Se você continuar se olhando a partir desses “óculos” da sociedade, você continuará se frustrando. É uma tarefa muito dura procurar treinar se olhar de outras formas, mas não é impossível mudarmos essas perspectivas no olhar e por isso o próximo passo.
Você pode tentar exercitar esse novo olhar sobre si através dos autorretratos. Com toda a facilidade de tirar selfies, explorar iluminações, filtros, lentes e tripés, você pode rever como se enxerga. Descobrir novas imagens de si, ângulos e cores, ver as mudanças do seu corpo, da sua expressão corporal. Se lembra como era divertido se fotografar com cybershots? Tente recriar imagens desse tempo. Quem sabe compartilhar esses registros com pessoas queridas?
2) Se amar é um processo diário
A nossa construção de autoestima é um processo diário. E nem sempre é um processo linear, alguns dias serão melhores que outros. E está tudo bem também. Você precisou ter paciência para aprender outras coisas ao longo da vida, e aprender a ter autoestima não seria diferente. Se permita ter dias ruins, mas encontre ferramentas para sair deles também. Experimente um corte novo no cabelo, de repente pintá-lo, comer uma comida gostosa, colocar o skincare em dia, ver vídeos engraçados na internet, conversar com amigos. Celebrar sua existência da forma que você é porque você é uma pessoa única.
3) Abrace as diferenças
Busque conhecer pessoas diferentes de você. Se permita admirá-las, entender suas complexidades e contradições, tenha curiosidade por visões de mundo diversas, saiba respeitar, se permita curtir as diferenças. Dessa forma, além de criar boas relações e memórias, você também convidará outras pessoas a ter esse carinho por você. Quando aprendemos a enxergar as qualidades de outras pessoas, aprendemos a reconhecer essas qualidades em nós mesmas. E nem é como se você ainda precisasse circular muito em fóruns específicos online, sem ter ideia do que vai encontrar. Você pode participar de uma rede de relacionamentos e colocar seus interesses.
Talvez esses passos te encorajem e você tenha vontade de conhecer mais gente para dividir esses processos, ou conversar sobre outras coisas. Para isso, o Badoo pode ser uma boa escolha!
Nele você poderá ser sua forma mais sincera e conhecer quem tenha interesses em comum. A cada novo dia existe uma nova chance de conhecermos pessoas novas que podem mudar a nossa vida de forma positiva.
Afinal, todos esses anos construindo habilidade de conversar online podem ser bem aproveitados, numa plataforma diversa, segura e cheia de gente interessante.
Você pode criar conexões sinceras e ter diversas experiências. É sempre bom se permitir celebrar a maravilhosidade que é, ainda mais em boa companhia! Aproveitem.
Por Ana Claudino